sábado, 3 de julho de 2010

O real motivo para o aumento das infecções respiratórias no inverno se deve principalmente à mudança de hábito da população que as baixas temperaturas provocam. Passamos mais tempo em ambiente fechado e menos tempo ao ar livre. A maior aglomeração em lugares fechados facilita a troca de vírus entre as pessoas. Com isto, vários tipos de vírus são transmitidos através da tosse, espirro, conversação e principalmente pelas mãos. O tempo muito seco também propicia uma maior facilidade da entrada de germes na mucosa ressecada.


Ao contrário do que muitos pensam, andar descalço, dormir de cabelo molhado, tomar sorvete e outros gelados, abrir geladeira, pegar chuva, sereno ou vento não predispõe a infecções respiratórias. Quando venta não está ventando vírus, quando chove não está chovendo doença e quando se pisa no chão descalço a infecção não sobe pelo pé feito lagartixa. Criança abaixo de 5 anos de idade tem em media 10 resfriados por ano, sendo que algumas podem ter até 15 viroses por ano. Isto é ainda mais frequente em crianças que freqüentam creches ou aquelas que têm irmão mais velho em atividade escolar. Isto é NORMAL! Não se trata de falta de cuidado, baixa resistência ou fraqueza do organismo. Crianças pequenas trocam de vírus igual trocam de figurinha. É por isto que as escolas são um verdadeiro zoológico, um almoxarifado de vírus. Do mesmo jeito que crianças recebem vírus elas também transmitem o vírus para os outros.

Muitas vezes esses resfriados de repetição são erroneamente diagnosticados como rinite alérgica, asma ou alergia ao leite de vaca e a criança é submetida a tratamentos e dietas que podem ser danosos a sua saúde. O uso de antibióticos é abusivo e muitas vezes sem necessidade. Freqüentemente um simples resfriado é confundido com 
 amigdalite. Quem nunca ouviu de um médico a frase: “seu filho está com princípio de pneumonia”. Isto simplesmente não existe! Ou você tem ou não tem pneumonia. Não existe “princípio”! É como alguém afirmar que determinada pessoa está com “princípio de gravidez!” Não tem lógica! Ou se está grávida ou não! Quando o termo “princípio" é utilizado (seja para pneumonia, otite, etc.) geralmente trata-se de infecção viral que não precisa de antibiótico e reflete a insegurança de quem está conduzindo o caso.

Portanto nós temos que entender que os primeiros anos de vida de uma criança é um período mais enjoado do que grave, mas tem o seu lado bom: cada resfriado o organismo produz anticorpos que ajudam no amadurecimento do sistema imunológico. A criança vai ganhando resistência e ficando cada vez mais preparada para enfrentar as adversidades.

O pediatra é o medico ideal para tratar destas crianças e deve ser ele quem decide quando uma criança deve ser levada ao especialista como otorino, alergista, pneumologista, etc.

(Dr. Wilson Rocha FilhoChefe do Serviço de Pneumologia e Alergia Pediátrica do Hosp. Felício Rocho)

A Fisioterapia respiratória vem auxiliar a melhora na qualidade de vida dessas crianças, diminuindo o uso de medicamentos e prevenindo alterações respiratóras:

As princiais metas da fisioterapia são:
1. Prevenir o acúmulo de secreções nas vias aéreas, que interfere na respiração normal;
2. Favorecer a eficácia da ventilação;
3. Promover a limpeza e a drenagem das secreções;
4. Melhorar a resistência e a tolerância à fadiga, durante os exercícios e nas atividades da vida diária;
5. Melhorar a efetividade da tosse;
6. Prevenir e corrigir possíveis deformidades posturais, associadas ao distúrbio respiratório;
7. Promover Suporte Ventilatório adequado, bem como sua retirada, em pacientes internados nas Unidades de Terapia Intensiva.

Pacientes com crises repetidas de asma e bronquite, principalmente se ocorre intensa produção de secreção dentro dos brônquios, a fisioterapia respiratória tem grande indicação, principalmente se ocorre grande secreção dentro dos brônquicos, situação essa que poderia levar a quadros associados de pneumonia. A asma, também conhecida como bronquite asmática ou bronquite alérgica, acompanha-se de uma inflamação crônica dos brônquios e sintomas como falta de ar, aperto no peito, cansaço, chiados e tosse persistente. Ocorre que cerca de 10% da população brasileira, sendo mais freqüente em crianças. A asma e a bronquite causam obstrução brônquica, dificultando a saída do ar de dentro dos pulmões. O papel do fisioterapeuta é justamente fazer a desobstrução brônquica. Assim que é diagnosticada a asma ou bronquite, é importante que a pessoa procure este especialista para fazer a sua reeducação respiratória, através dos exercícios de relaxamento, postura e o uso do inalador. Isso ameniza muito as crises, diminuindo também a incidência de processos infecciosos pulmonares.

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